

Acho o Halloween uma festa mágica, e tem tudo a ver comigo, já que sou meio mística e também brincalhona. Seria legal bater nas portas dos meus vizinhos pedindo "doces ou travessuras", parte dessa cultura que, apesar de não ser original, é engraçadinha e marca a festa nos EUA. Sei que vem de fora, mas isso nunca me impediu de gostar do que é brasileiro, do que é pernambucano, principalmente. Eu nunca fui muito de dizer que o que é feito no Brasil é melhor ou pior a outra cultura, porque acredito que não é isso que traz superioridade a um povo. E há superioridade entre os povos? P'ra mim isso não passa de uma grande farsa.
Não tenho medo de julgamentos, porque quando se inicia o Carnaval, lá estou eu, brindando a cultura brasileira, brindando meu estado, minha cidade. Falo do Carnaval por ser, na minha concepção, a maior expressão da alegria do povo pernambucano. Eu fico contando os dias p'ra ele chegar, e aproveito o pouco que posso dele curtir. Tá, o frevo e o maracatu podem ter surgido em outro lugar, o Carnaval tem em todo lugar do país, talvez alguns lugares do mundo, mas nada é igual ao Carnaval pernambucano! A cidade muda, a festa nos quatro dias é mágica e democrática: tem frevo, maracatu, MPB, rock, e ah...os blocos de Olinda! Eu mesmo não penso em passar o Carnaval em outro lugar, porque o daqui p'ra mim sempre foi suficientemente bom.
Voltando ao Halloween, ele foi criado pelos celtas e não pedia que ninguém se fantasiasse de bruxa ou comesse guloseimas. O objetivo era celebrar o começo do inverno e celebrar o espírito dos mortos.
Na região da atual Irlanda, há aproximadamente 2 mil anos (data estimada pelos historiadores), os celtas comemoravam seu ano novo em 1º de novembro, data que também marcava o fim das estações quentes do ano. Eles acreditavam que, na véspera, chamada de “Samhain”, o mundo dos vivos e dos mortos se mesclava. A festa do “Samhain” incluía o sacrifício de animais e uma grande fogueira em homenagem aos mortos. O cristianismo é que teria injetado o ar “diabólico” ao Halloween, já que associava espíritos e fantasmas ao paganismo e ao mal. Mas a festa originalmente não tinha a intenção de ser assustadora, e sim uma celebração, segundo explicou Jack Santino, professor de Cultura Popular dos EUA e autor do livro “Halloween and other festivals of life and death” (Halloween e outros festivais de vida ou morte).
“O Halloween como o conhecemos hoje vem da época em que os missionários cristãos tentaram mudar as práticas religiosas dos celtas”, analisa Santino. Para substituir a festa pagã do “Samhain” por uma comemoração cristã, a Igreja Católica determinou que o 1º de novembro seria o Dia de Todos os Santos (All Saint’s Day), também chamado de All-hallows. A véspera, portanto, era chamada de All-Hallows Eve, que depois virou Halloween.
“O Halloween como o conhecemos hoje vem da época em que os missionários cristãos tentaram mudar as práticas religiosas dos celtas”, analisa Santino. Para substituir a festa pagã do “Samhain” por uma comemoração cristã, a Igreja Católica determinou que o 1º de novembro seria o Dia de Todos os Santos (All Saint’s Day), também chamado de All-hallows. A véspera, portanto, era chamada de All-Hallows Eve, que depois virou Halloween.
Gostosuras ou travessuras
A festa se popularizou nos EUA com a chegada de um grande número de imigrantes irlandeses, no século XIX, e a ela foram agregadas diversas novidades. Uma delas é o uso de fantasias. Já que os celtas acreditavam que, na noite de 31 de outubro, os espíritos dos mortos vagavam junto a fadas, bruxas e demônios, estes acabaram sendo os temas mais comuns dos disfarces de Halloween. A tradição de “gostosuras ou travessuras” também pode ser creditada aos celtas, que costumavam oferecer comida aos espíritos do Halloween para aplacá-los e para indicar-lhes o caminho das casas de suas famílias. Mas essa não é a única explicação. “Também acredita-se que a idéia de fazer com que as crianças pedissem doces de porta em porta nasceu nos EUA, nos anos 1930. O objetivo era dar às crianças uma participação no Halloween mas evitar que elas ficassem nas ruas fazendo bagunça”, comenta Santino. As abóboras ocas e recortadas, outro ícone do Halloween, são tipicamente norte-americanas. “Uma lenda celta dizia que um espírito que não conseguia ir nem ao céu nem ao inferno usou uma lanterna para guiar-se. Os irlandeses, ao imigrar aos Estados Unidos, conheceram as abóboras e perceberam que, ocas, elas também funcionavam bem como lanternas e continuaram assim a tradição”, diz Santino.
Diante de toda essa informação sobre o Halloween, sempre me identifiquei com a festa. Não sou bruxa, mas como já disse, tenho algo de místico, acho muito legal a festa do Halloween, e o seu real significado é sim fabuloso. Isso nunca me impediu de curtir o Carnaval, nunca me fez odiar nada da cultura nacional. Afinal, essas culturas convivem pacificamente, pelo menos na minha vida. Um bom Halloween para todos!
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